1- Mostrar como Deus levantou os Profetas Ageu e Zacarias para incentivar o povo a reconstruir o Templo;
2- Saber que o ministério profético e uma prova da manifestação por Deus;
3- Explicar o ministério Profético a luz da Bíblia.
Introdução
Israel passará por um longo período de humilhação e ansiedade espiritual nos 70
anos do exílio antes do ministério de Ageu. A fim de entendermos os problemas enfrentados
por este profeta do pós-exílio, precisamos conhecer algo destes anos de provação e os
acontecimentos perto do fim, que resultaram na volta dos judeus para Canaã.1
A. O Cenário Histórico
Pelo decreto de Ciro, o conquistador persa do Império Caldeu, o cativeiro na Babilônia
chegou ao fim. Pelo menos os judeus já não estavam proibidos de voltar à pátria. Este rei
fez uma declaração positiva, ao dar-lhes a permissão de voltar para reconstruir a nação
e restaurar a adoração. Muitos judeus estavam tão bem instalados na Babilônia que nãotinham interesse em voltar. Mas houve um grupo de uns 50 mil que, sob a liderança de Zorobabel, voltou com o coração cheio de esperança. “A comitiva seleta que acompanhou
Zorobabel deve ter sido formada dos membros mais sérios, religiosos e empreendedores da nação cativa”.
Contudo, devido à oposição que enfrentaram na pátria, principalmente dos vizinhos
samaritanos, não puderam concluir os planos de reedificação do Templo e reconstrução da cidade.
Com a subida ao trono persa de Dario Histaspes, o decreto que interromperam os
trabalhos foi revisado e revertido. Então, “os profetas Ageu e Zacarias exortaram veementemente seus compatriotas a iniciarem os trabalhos. [...] O empenho de reconstrução do Templo foi adequadamente retomado”.
3 Este novo ímpeto ocorreu após um período de uns 17 anos, durante os quais os trabalhos ficaram parados. E neste plano de fundo da situação histórica que devemos ver e entender o ministério de Ageu.
O profeta AGeu B. O Profeta
Pouco sabemos sobre a vida pessoal de Ageu. O nome significa “festivo” ou, se for
abreviação de Hagias (1 Cr 6.30), “festas de Jeová”.4 Diferente de Sofonias, não há genealogia ligada ao seu nome e, fora do seu livro, é mencionado apenas em Esdras 5.1 e 6.14.
O principal trabalho de Ageu, junto com Zacarias, era promover a retomada da restauração do Templo. “Quase poderíamos dizer: ‘Sem Ageu não haveria Templo’”.
5 Os expositores concordam que já era idoso quando profetizou. Esta dedução é extraída de 2.3, a qual indica que ainda se lembrava do Templo de Salomão, que fora destruído havia quase 70 anos.
A Tradição talmúdica a lista Ageu, Zacarias e Malaquias como fundadores de “A Grande Sinagoga”, uma reunião de estudiosos judeus e rabinos que surgiu nos dias de Esdras. Vários salmos na Septuaginta são atribuídos a Ageu. Junto com estes dois profetas, é contado entre os últimos mensageiros dos oráculos divinos. O Talmude declara que com sua morte o Espírito Santo saiu de Israel..
O Livro
Esta profecia é composta de quatro mensagens pregadas por Ageu. Os “sermões” são cuidadosamente datados e todos foram entregues no curto período de quatro meses. Cada um era um passo no processo de animar Zorobabel e os fiéis a terminar o Templo, e cada um foi dado num período em que os trabalhos atrasaram. As quatro mensagens formam o esboço natural do livro.
Zacarias O profeta
O nome Zacarias não era incomum em Israel. Significa “Jeová se lembra” ou “Jeová
se lembrou” (i.e., de responder as orações dos pais por um filho). O título do livro diz que este profeta é “filho de Berequias” e neto “de Ido” (1.1). Esdras, por outro lado, menciona que é “filho de Ido” (Ed 5.1; 6.14). Esta discrepância é mais aparente que real. E facilmente explicada quando se considera que Berequias morreu antes de Ido e Zacarias sucedeu seu avô na chefia da ordem sacerdotal de Davi.1 Há vários exemplos no Antigo
Testamento em que os homens são chamados filhos de seus avôs (Gn 29.5; cf. Gn 24.47; 1 Rs 19.16; cf. 2 Rs 9.14,20). “Como nestes casos”, observa George Adam Smith, “o avô era considerado o fundador da casa, assim, no caso de Zacarias, Ido era o chefe de sua família quando saiu da Babilônia e estabeleceu-se novamente em Jerusalém”.2 O fato de Esdras referir-se a Zacarias como filho de Ido deve ser entendido no sentido geral de descendente.
Em todo caso, este profeta era membro da família sacerdotal de Ido, que voltou da
Babilônia para Jerusalém sob as ordens de Ciro (Ne 12.4). O livro de Neemias acrescenta a observação de que no sumo sacerdócio de Jeoiaquim, filho de Josué, Zacarias foi nomeado chefe da casa de Ido (Ne 12.10,16). Se este é o profeta que intitula este livro, como é razoável supor, então era jovem em 520 a.C. e criança quando foi para Jerusalém numa caravana da Babilônia. O livro de Esdras nos informa que Zacarias compartilhava com Ageu o trabalho de animar Zorobabel e Josué a reconstruírem o Templo
(Ed 5.1,2; 6.14).
A carreira profética de Zacarias começou “no oitavo mês do segundo ano de Dario”
(1.1), que é em novembro de 520 a.C. A primeira fase de seu ministério durou até o nono mês do quarto ano do reinado do rei, ou seja, até dezembro de 518 a.C. (7.1). Nada sabemos sobre os anos restantes da vida ou ministério do profeta, com exceção da declaração de nosso Senhor de que foi morto “entre o santuário e o altar” (Mt 23.35).
1 Tópico da lição
A- ZOROBABEL, SE ANIMA COM A MENSAGEM DE Zacarias enviada por Deus.
Como a quarta visão revelou a dignidade e significação do sumo sacerdote, a quinta
prometeu a glória conjunta de Josué e Zorobabel, o chefe civil da comunidade judaica.
Acoplado a esta visão existe um oráculo exclusivamente para este governador.
O profeta vê um candelabro de ouro com sete ramificações e uma provisão inesgotável de óleo. Em cima do candelabro há um vaso, e à direita e à esquerda duas oliveiras.
Estas árvores enchem o vaso por meio de dois tubos de ouro, e o vaso abastece de azeite de oliva o candelabro mediante sete canudos de ouro. O candelabro é símbolo da comunidade judaica restaurada, na qual o próprio Deus está presente. As duas oliveiras que abastecem as lâmpadas representam Zorobabel e Josué como canais da graça divina. Muitos intérpretes consideran que os versículos 6b a 10a, que começam com esta é a palavra do SENHOR e termina com na mão de Zorobabel, estão fora de lugar.
Em nosso texto, temos a impressão que esse trecho foi inserido no meio da visão, porque interrompe a conexão entre os versículos 6a e 10b. Esta mensagem de incentivo para Zorobabel se encaixa bem depois de 4.1-6a,10b-14, e os comentários sobre estes versículos serão feitos nessa ordem.
Zacarias entrou num devaneio, numa meditação sobre o que lhe fora mostrado. E tornou o anjo que falava comigo, e me despertou, como a um homem que é despertado do seu sono
(1). O profeta foi despertado pelo anjo intérprete para que entendesse
a significação da nova visão. Atento, viu um castiçal todo de ouro (2), um candelabro com sete braços semelhante ao do Tabernáculo (cf. Êx 37.17-24). Mas o azeite para este candelabro não era suprido por mãos humanas. Um vaso em cima dele o abastecia de azeite por meio de sete canudos. E havia, por cima dele, duas oliveiras, uma à direita do vaso de azeite, e outra à sua esquerda (3). A fonte da provisão de azeite não vinha do vaso, mas das duas árvores vivas; era, portanto, perene e inexaurível. Mistificado pela visão, o profeta perguntou ao anjo intérprete: Senhor meu, que é isto? (4). O anjo ficou surpreso por Zacarias não entender, mas não hesitou em dar a resposta: São os sete olhos do SENHOR, que discorrem por toda a terra (10b). O candelabro representa a comunidade de Israel, mas num sentido ainda mais profundo era símbolo da presença divina no meio da comunidade. “O Templo tão próximo da conclusão por si só não revelará Deus: que os judeus não ponham a confiança no Templo, mas na vida que há por trás dele”.
As sete lâmpadas são símbolos dos olhos de Jeová.
Mas, que são as duas oliveiras à direita do castiçal e à sua esquerda? ,
pergunta Zacarias. No versículo 12, repete a pergunta, ampliando-a: “Que são aqueles dois raminhos de oliveira que estão junto aos dois tubos de ouro, que vertem de si azeite dourado?” (ARA). De novo, o anjo fica surpreso com a ignorância do profeta: Não sabes
O ráculos Durante a Construção do Templo Zacarias 4 . 1 — 10
o que é isto? Zacarias responde: Não, Senhor meu (13). Então falou claramente para o profeta: Estes são os dois ungidos, que estão diante do Senhor de toda a terra
(14). Embora não sejam identificados por nome, só podem ser Josué e Zorobabel, respectivamente, o líder religioso e o civil da comunidade judaica. As duas oliveiras que fornecem provisão inesgotável de azeite para as lâmpadas são as duas cabeças ungidas de Israel. “O seu dever igual e co-ordenado [é] sustentar o Templo, figurado pelo candelabro, e garantir o brilho da revelação sétuplo. [...] Em outras palavras, o Templo não é nada sem a monarquia e o sacerdócio em seu apoio; e estes estavam na presença imediata de Deus”.44 Josué e Zorobabel são meramente os canais da graça divina; a fonte é o próprio Deus.
dizendo: Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR
dos exércitos (6b). Este é um dos grandes textos da Bíblia. E mais que uma
palavra para Zorobabel; é uma mensagem a todo aquele que se engaja na obra do Senhor.
O sucesso espiritual só é possível quando estamos cheios do Espírito e limpos pelo
Espírito. Marcus Dods fez um bonito comentário sobre este versículo:
Você toma providências, sente sua fraqueza em enfrentar as circunstâncias,
está dolorosamente ciente de sua inaptidão em brilhar e dissipar a escuridão
circundante; mas tem de entender que é o Espírito do Senhor que é a fonte de toda
ação brilhante e iluminada que reflete a glória de Deus. Você não precisa criar
um espírito santo em você. A santidade para a satisfação da necessidade de todas
as criaturas existe em Deus. E há no Senhor vida bastante para sustentar em
vida todas as criaturas. Assim, há nele santidade suficiente para toda coisa boa
que precisa ser feita. Você nunca ficará cara a cara com um dever para cujo cumprimento não haja graça o bastante. Em você, pode haver muito pouco, mas em
Deus está a fonte viva.
Quem és tu, ó monte grande? Diante de Zorobabel, serás uma campina;
porque ele trará a primeira pedra com aclamações: Graça, graça a ela (7).
Todos os obstáculos que surgiram diante de Zorobabel e que seu medo os aumentou em um monte grande, seriam vencidos no poder do Espírito que nele repousa. A primeira pedra do Templo seria finalmente tirada do galpão do construtor com brados de triunfo e com súplica fervorosa para que Deus desse graça à obra concluída e por muito tempo mantivesse essa pedra no lugar. E a palavra do SENHOR veio de novo a mim, dizendo: As mãos de Zorobabel têm fundado esta casa, também as suas mãos a acabarão (8,9). A frase final do versículo 9 significa: “Com o cumprimento
destas promessas, Zorobabel e a nação inteira perceberão que foi a palavra divina que falou pelo profeta”.
Porque quem despreza o dia das coisas pequenas? (10). Todo aquele que ridicularizou
o insignificante começo do Templo e expressou dúvidas sobre sua conclusão,
agora se alegrará quando vir o prumo na mão de Zorobabel para ajustar o assentamento da última pedra de acabamento. Nunca está nos planos de Deus deixar um trabalho por terminar. Quando estamos inteiramente comprometidos com o Senhor e cheios de seu Espírito, podemos dizer junto com Paulo: “Tendo por certo isto mesmo: que aquele
que em [nós] começou a boa obra a aperfeiçoará até ao Dia de Jesus Cristo” (Fp 1.6).
Josué sumo sacerdote
ti”. Os judeus perceberam que eles e os sacerdotes tinham pecado. Conscientizaram-se de que a acusação de Ezequiel era justa: “Os seus sacerdotes transgridem a minha lei, e profanam as minhas coisas santas” (Ez 22.26), e preocupam-se, porque o Senhor não está disposto a aprovar as obras que praticam. A visão toma como ponto de partida este sentimento de culpa e indignidade sutilmente sentido pelos judeus. Zacarias vê o sumo sacerdote Josué “que estava de pé” (NTLH; cf. BV) como representante de Israel diante do anjo do SENHOR. Os temores cheios de culpa dos judeus acharam um porta-voz em Satanás, que, pelo visto, acusa Josué. Mas antes da exposição da acusação, o próprio Deus intervém e repreende o acusador. Será que o Senhor, que salvou seu povo como um tição tirado do fogo, deve lançá-lo de volta à fogueira?
Não é que os judeus sejam inocentes. O traje sacerdotal de Josué denuncia o pecado e a contaminação do povo. Mas por um ato de absoluta graça este impedimento será removido.Ele ordena que o anjo auxilia Josué a tirar as vestes sujas e a vestir trajes finos. Este procedimento tipifica o perdão e purificação do sumo sacerdote e de Israel.
Além disso, por sugestão de Zacarias, colocam uma mitra limpa na cabeça do sumo
sacerdote. O anjo do Senhor estava ao lado em atitude de aprovação. Ele não se afasta até mostrar a Josué toda a dignidade da função sacerdotal à qual foi restabelecido. Se o permanecer leal a Deus, terá direito de acesso à presença do Senhor em favor de Israel. Mais que isso, ele e seus colegas prenunciam e preparam o caminho para “Aquele que, por ser a principal pedra angular, exigirá o verdadeiro Templo no qual estão os olhos de Jeová; Aquele que por um ato tirará a iniqüidade para sempre e restaurará a prosperidade e alegria festiva aos homens”. O sumo sacerdote Josué (1) é chamado Jesus em outros textos (i.e., Ed 2.2; 3.2).
Seu avô, Seraías, foi levado cativo depois da destruição do Templo e morto por
Nabucodonosor em Ribla (2 Rs 25.18-21). Na mesma época, seu pai, Jozadaque (ou Jeozadaque), foi capturado e levado cativo para a Babilônia (1 Cr 6.15), onde Josué provavelmente nasceu. Nesse entretempo, o Templo ficou em ruínas e o ofício de sumo sacerdote cessou. Agora, depois de um intervalo de 52 anos e com a morte de Jozadaque, o ofício é restabelecido na pessoa de seu filho.
Zacarias vê Josué de pé em frente do anjo do SENHOR (cf. NTLH), como se estivesse num tribunal. Trata-se de cena judiciária. O sumo sacerdote foi indiciado pelos pecados de Israel. “Os pecados que o mancham são os pecados do povo; e o caso a ser julgado é, se ele, na função de representante e sacerdote do povo, deve ser aceito ou rejeitado”.
A sua mão direita, o lugar ocupado pelo querelante num tribunal de justiça
judaico (cf. SI 109.6), estava Satanás, o acusador (cf. Jó 1.6-12; 2.1-6; Ap 12.10). Satanás, outrora o grande arcanjo do Senhor, caiu por orgulho e tornou-se o adversário do homem e de Deus. Ele está prestes a argumentar que Jeová não pode receber Josué e seu povo, porque Senhor é santo. “E precisamente esta concepção que certos judeus zelosos e arrependidos faziam do que acontecia na sala de audiências de Jeová”.
Zacarias 3 .2 - 7 Oráculos Durante a Construção do Templo
Antes que Satanás abrisse a boca para acusar, o Advogado divino fala: O SENHOR
te repreende, ó Satanás (2). Luck comenta: “Estas palavras são incompreensíveis, a
menos que haja mais de uma pessoa na deidade”. Este é outro prenúncio claro da intercessão sacerdotal de nosso “Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1 Jo 2.1).
Satanás é repreendido pelo SENHOR, que escolheu Jerusalém. E porque Deus se
deleita em Jerusalém e não a rejeitou, que silencia Satanás. “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus?” (Rm 8.33). Esta é a verdade transmitida pela pergunta: Não é este um tição tirado do fogo? (cf. Am 4.11). A mesma mão que tirou do fogo o tição já chamuscado e meio consumido o lançaria de volta às chamas? E Aquele que livrou o seu povo da fornalha ardente do cativeiro babilónico deveria ouvir as acusações de Satanás e entregar os judeus de novo à completa destruição?
Não é que os judeus não tivessem culpa. O próprio traje sacerdotal do sumo sacerdote que os representava testifica contra eles. Em vez de estar trajado com linho puro, encontra-se vestido de vestes sujas (3), símbolo da pecaminosidade e contaminação de Israel (cf. Is 4.4; 64.6). Mas o Deus que é santo também é misericordioso e gracioso. Num ato que prefigura a oferta propiciatória de Cristo, o anjo do Senhor ordena a
remoção da roupa suja de Josué: Tirai-lhe estas vestes sujas (4). Em seguida, volta se diretamente ao sumo sacerdote e explica a ação: Eis que tenho feito com que passe de ti a tua iniqüidade e te vestirei de vestes novas (cf. Lv 16.4). “A palavra
hebraica aqui refere-se, literalmente, a traje de gala (ou roupa de festa [cf NTLH]).
Portanto, não só o pecado tem de ser removido, mas o dom da justiça tem de ser dado, representado por este traje fino”.
Zacarias faz uma sugestão ao anjo: Ponham-lhe uma mitra limpa sobre a sua
cabeça (5). A passagem de Êxodo 28.36-38 descreve a mitra. Na frente dela, havia
uma placa de ouro com a inscrição: “Santidade ao Senhor”. O sacerdote a usava para que os serviços do povo tivessem “aceitação perante o SENHOR”. E puseram uma mitra limpa sobre sua cabeça e o vestiram de vestes. Agora Josué estava plenamente autorizado a oferecer sacrifícios em prol do povo. O anjo do SENHOR olhou com satisfação e aprovação.
lhe fez uma exigência), dizendo: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Se andares
nos meus caminhos e se observares as minhas ordenanças, também tu julgarás
a minha casa e também guardarás os meus átrios (6,7). Na verdade, o anjo definiu
os deveres do sumo sacerdote. Ele tem de observar os mandamentos de Deus, ou seja, guardar a lei moral (Dt 8.6; 10.12; SI 128.1). Deve ser zeloso na manutenção dos serviços ligados ao Templo e na administração da casa do Senhor (Lv 8.35; Ez 44.15,16). A estas injunções solenes, Deus acrescentou uma promessa: E te darei lugar entre os que estão aqui (7). Esta tradução é melhor: “E te darei livre acesso entre estes que aqui se encontram” (ARA). Agora Josué teria certeza de que suas orações alcançaram o céu.
“Como os anjos que estão a serviço de Deus, o Sumo Sacerdote recebe a promessa de ter o privilégio de comunhão direta com o Senhor. Ele terá o direito de aproximar-se de Deus a qualquer hora na função de intercessor do povo divino”.
Em seguida, o anjo fez uma promessa messiânica a Josué e aos sacerdotes-assistentes que se sentavam diante dele para receber instruções (8). O ser celestial declara que são homens portentosos (8), ou “homens de presságio” (ARA), ou ainda “homens importantes”
O povo
Enquanto negligenciam o Templo pelas razões discutidas acima, os exilados que
voltaram tinham achado tempo e condição convenientes para construir as próprias casas.
Estava na hora de falar a palavra do SENHOR (3). Além disso, os judeus tinham
construído suas residências com luxo e extravagância. Estucadas (4) significa
“apaineladas” (ARA; cf. “casas de fino acabamento”, NVI). Fizeram o acabamento das
paredes das casas com madeiramento caro. Esta prática era considerada luxuosa até
para um rei (Jr 22.14). Contudo, diziam que não tinham recursos para restaurar a casa
do Senhor. Houve quem sugerisse que os judeus usaram para suas casas a madeira de
cedro reservada para o Templo. Em contraste com suas casas, o Templo jazia em ruínas.
Como disse Marcus Dods: “O conforto os condenou. Dispunham-se de recursos, gozavam
de lazer e sentiam-se protegidos para mobiliar as casas sozinhos; não seriam as circunstâncias e condições de vida que os impediriam de reedificar a casa de Deus”.4
Agora o Senhor faz um pedido aos judeus: Aplicai o vosso coração aos vossos
caminhos (5). Esta é frase característica que ocorre quatro vezes no livro e é tradução
literal. Porém a tradução melhor é: “Considerai o vosso passado” (ARA). Quais são os
resultados dessa negligência trágica? São cinco as conseqüências: “Plantais muito, mas
recolheis pouco; comeis, mas não o suficiente para matar a fome; bebeis, mas não dá para
saciar-vos; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para pô-lo
num saco furado” (6, VBB; cf. ARA). Não há prosperidade na comunidade; todos os empreendimentos fracassam. Ao deixarem de honrar o Senhor e gastarem forças e posses
para proveito próprio, operam na lei dos rendimentos decrescentes. Positivamente, Ageu
afirma: “Compensa servir a Deus”. A Figura de linguagem final é expressiva. Quem espera
até que as circunstâncias econômicas melhorem para então honrar a Deus com seus
bens está fadado à derrota.
Ageu atribui todas essas conseqüências ao desgosto de Jeová pela razão de os judeus
não terem reconstruído o Templo.